Consultamos o Imobiliário? (parte 1)

Consultamos o Imobiliário? (parte 1)

 

Começo, desde já, por dizer que não sou economista ou gestor, pelo que, a minha visão se sustenta apenas pelo conhecimento, dito leigo, que fui construindo ao longo dos últimos anos, primeiramente como simples observador ou potencial cliente, agora como consultor. Por isso, a minha opinião vai muito no sentido do senso comum, aliás, abrangente a muita gente que se interessa pelo fenómeno. E trata-se, efetivamente, dum fenómeno. Como é possível que um imóvel, há sensivelmente 5 ou 6 meses, tinha um preço e, de repente, sofre um acréscimo substancial? Mais: como é possível que um apartamento que, no ano passado, tinha uma renda de X, é agora X+2? Bem, sem querer arranjar desculpas esfarrapadas, atiro esta, que até é bem-humorada: a culpa foi da crise. Explico: Antes da dita, todos ouvimos a célebre expressão, que defendia, orgulhosamente, diga-se, que Braga tinha milhares de imóveis por habitar, o que nos levava a crer e, realmente, a constatar que o mercado imobiliário em Braga era pujante. As grandes construtoras nacionais laboravam por aqui, construindo e negociando prazerosamente. Acresce ainda dizer que, provavelmente, aquela realidade seria fomentada pela teoria de que a construção civil era o motor da economia portuguesa. Como disse, não sou economista, mas parece-me demasiado evidente que esta ideia errada levou a consequências danosas, que ainda hoje afetam, por exemplo o mercado imobiliário. Na verdade, naquela altura, a necessidade de construir era premente, urgente, porque o país carecia de múltiplas lacunas deste âmbito. O mercado cresceu, porque havia tudo para fazer, desde escolas a hospitais, desde estradas e autoestradas, a habitações condignas e instalação de luz elétrica e saneamento. Só que tudo evolui, a realidade alterou-se, mas a construção não se adaptou e continuou a ter acesso fácil ao crédito na banca, aliás como a generalidade do cidadão português. Havia muita oferta e havia muita procura, uma vez que os bancos motivavam, quase obrigavam o comum cidadão a comprar, a aceder ao crédito fácil.

Só que veio a malfadada crise…e tudo mudou!…

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