Travão imposto pelo Banco de Portugal na concessão de crédito habitação

Travão imposto pelo Banco de Portugal na concessão de crédito habitação

O travão imposto pelo Banco de Portugal (BdP), em julho de 2018, à atividade de crédito da banca nacional está já a dar resultados práticos.

Os bancos estão a reduzir o montante de empréstimos concedidos para a compra de casa, registando-se uma tendência de quebra pelo terceiro mês consecutivo. Em setembro, segundo os dados mais recentes do supervisor do sistema financeiro, foram dados 790 milhões de euros.

As novas regras do Banco de Portugal criam restrições à concessão de novos créditos à habitação e ao consumo, estabelecendo, nomeadamente, que as famílias apenas podem gastar metade do seu rendimento com empréstimos bancários. Apesar de a normativa não ser obrigatória, os bancos que desrespeitarem têm de justificar-se ao regulador, sendo que o governador, Carlos Costa, já avisou que se os bancos não respeitarem as regras, estas poderão passar de recomendações a ordens vinculativas.

Os dados do BdP relativos a empréstimos e depósitos bancários divulgados esta terça-feira, mostram que foram concedidos 790 milhões de euros pelos bancos às famílias para empréstimos à habitação, menos do que os 810 milhões de euros de agosto – mês no qual já tinham recuado em termos mensais -, mas mais do que os 739 milhões de euros concedidos em setembro de 2017.

Valores acima de 2017

Em 2018, desde o início do ano, foram já emprestados 7,293 mil milhões de euros de novos créditos à habitação, valor que compara com os 5,951 mil milhões de euros concedidos no ano passado entre janeiro e setembro.

Em setembro deste ano, de acordo com a informação divulgada pelo BdP, a taxa de juro média dos novos empréstimos concedidos a sociedades não financeiras manteve-se inalterada face a agosto em 2,36%.

Nas operações acima de um milhão de euros, a taxa de juro diminuiu 18 pontos base, para 1,66% e nas operações abaixo de um milhão de euros, a taxa de juro diminuiu um ponto base, para 2,74%.

O aumento do peso das operações abaixo de um milhão de euros explica a manutenção da taxa de juro média.

Nas novas operações de crédito a particulares para habitação, a taxa de juro média manteve-se em 1,36%, enquanto no crédito ao consumo e para outros fins, as taxas de juro médias foram, respetivamente, de 7,19% e 3,84% (7,04% e 4,07% em agosto).

Texto retirado de: Idealista/news

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